Como garantir que os investimentos em novos equipamentos sejam financeiramente viáveis e realmente agreguem valor ao atendimento na área da saúde? Com o crescente avanço tecnológico no setor, cada vez mais voltado para a inovação, esse é um dos principais desafios para administradores de clínicas e hospitais nos tempos atuais.
Os estabelecimentos que não realizam uma avaliação detalhada antes de adquirir novos equipamentos passam a enfrentar problemas financeiros. Um estudo publicado na KFF Health News mostrou que 700 instituições de saúde nos Estados Unidos correm risco de fechar devido a uma combinação de fatores, incluindo a falta de um balanço adequado antes de grandes investimentos, como na aquisição de novas tecnologias.
Segundo o Dr. Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, empresa que há 30 anos oferece estratégias de gestão e marketing para profissionais na área da saúde, realizar uma análise de viabilidade financeira antes de adquirir novos aparelhos é um passo fundamental para garantir que as entidades de saúde façam investimentos inteligentes. “Um processo bem estruturado, que contemple desde a identificação das necessidades clínicas até a avaliação do retorno sobre o investimento, pode transformar a compra de aparelhos em uma estratégia de crescimento, otimizando recursos e melhorando a qualidade do atendimento ao paciente”, explica.
Identificando necessidades clínicas
De modo a evitar gastos desnecessários e garantir que o investimento traga um retorno significativo, o primeiro passo é a identificação das necessidades específicas da clínica ou hospital. Isso envolve entender quais são as carências no atendimento que poderiam ser supridas por um novo equipamento.
Muitas vezes, a aquisição de um aparelho moderno pode parecer uma solução atrativa, mas é necessário avaliar se ele realmente supre uma demanda clínica existente. “A equipe responsável deve mapear as áreas onde há maior volume de pacientes ou onde a introdução de novas tecnologias poderia aprimorar o diagnóstico e o tratamento”, orienta Feltrim.
Analisando o custo-benefício
Após identificar a necessidade, é essencial realizar uma avaliação detalhada do custo-benefício da nova aquisição. Este processo inclui não apenas o valor do novo aparelho, mas também os custos de manutenção, instalação, treinamentos necessários para o uso do equipamento e eventuais atualizações de software, por exemplo.
Equipamentos de alta tecnologia geralmente exigem um investimento contínuo em manutenção e atualização, o que deve ser considerado no estudo de viabilidade. “Clínicas que não consideram esses esses fatores adicionais podem acabar com aparelhos caros subutilizados ou obsoletos em pouco tempo”, salienta o especialista.
Avaliando o retorno sobre o investimento
Eventualmente, a análise de viabilidade deve culminar na avaliação do retorno sobre o investimento (ROI). Para isso, é necessário calcular quanto tempo levará para o equipamento começar a gerar retorno financeiro, considerando o aumento potencial no número de pacientes atendidos ou na eficiência dos procedimentos.
De acordo com Feltrim, um ROI positivo é fundamental para justificar o investimento. Ao contrário do que muitos gestores acreditam, nem sempre o aparelho mais caro é o mais vantajoso para a clínica ou hospital. “O foco deve ser em como o novo equipamento pode agregar valor ao serviço oferecido, não apenas em termos de faturamento, mas também na melhoria da experiência do paciente e na eficiência dos processos”, destaca.
Com a avaliação correta, é possível não apenas evitar desperdícios e prejuízos financeiros, mas também assegurar que os recursos adquiridos estejam alinhados com as reais necessidades da instituição, melhorando significativamente a qualidade do atendimento ao paciente e a sustentabilidade financeira da organização.
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