Estabelecimentos de saúde devem usar antecipação de recebíveis com parcimônia

De acordo com Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, a solução deve ser usada com cautela para não impactar, negativamente, as finanças de clínicas e hospitais

A antecipação de recebíveis é uma prática cada vez mais comum na área da saúde, porque permite que os estabelecimentos médicos tenham acesso a recursos financeiros de forma rápida e eficiente. Além disso, o recurso permite ajudar a reduzir os riscos financeiros, fazendo com que os estabelecimentos médicos tenham disponibilidade para lidar com possíveis intercorrências.

No entanto, de acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, um dos grandes riscos de recorrer a mais essa facilidade é tornar a prática comum na clínica ou hospital. “Isso, a longo prazo, pode comprometer de forma significativa o lucro que a instituição tem em suas operações”, declara.

Para o gestor, não existe um momento certo, porém a antecipação deve ter como objetivo alguma ação estratégica. “As principais razões para utilizar esse tipo de artifício são a capacidade de aumentar o capital de giro, o pagamento de despesas inerentes ao negócio, além de manter um fluxo de caixa positivo, evitando, assim, a utilização de outras linhas de crédito disponibilizadas pelos bancos com juros maiores como o cheque especial, por exemplo”, relata.

Feltrim acredita que existem vantagens e desvantagens com esse tipo de solução. “Um ponto positivo são as taxas menores, visto que a empresa está utilizando o próprio recurso que seria recebido no futuro. Além disso, oferece risco reduzido de inadimplência e proporciona maior liquidez para manter as contas em dia. Com isso, as finanças se mantêm estruturadas e a aceleração no crescimento é facilitada. O lado ruim, por sua vez, é se tornar dependente”, pontua.

Como a área financeira é extremamente dinâmica, o CEO da SIS Consultoria aconselha os gestores a realizarem uma pesquisa criteriosa, visando a identificação de qual instituição oferece as melhores condições. “É um mercado muito competitivo, visto que as taxas apresentadas pelas instituições que operam com esta modalidade são bem atrativas. Porém, deve-se levar em consideração o conhecimento e o relacionamento mantido com a entidade financeira, visto que, diante da reciprocidade que a empresa mantém com a organização, as taxas podem ser influenciadas positivamente”, revela.

De acordo com Éber Feltrim, uma boa organização das finanças é necessária para que as antecipações não gerem um comprometimento nas contas dos meses seguintes. “Primeiramente, garanta um excelente fluxo de caixa, minimizando quaisquer riscos. Além disso, é importante realizar apenas antecipações pontuais, visando o suprimento de necessidades do caixa. Vale lembrar que os gestores devem estar atentos às taxas, não caindo em ciladas com ofertas milagrosas, como taxa zero e recebimento em um dia útil, por exemplo”, finaliza.

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